04/12/08

Risco do Negócio? Qual Risco?

Adorei a opinião de Camilo Lourenço no Jornal de Negócios sobre o risco associado (ou não) ao negócio. O "mercado" e o risco associado estão enviesados, devido ao tratamento que o Estado (não só o português) dá, se o negócio for a banca:
-Tributação diferenciada das restantes empresas;
-Em caso de descalabro financeiro, mesmo que hajam possíveis práticas duvidosas de gestão, o Estado garante ou nacionaliza.

Não devemos comparar empresas de áreas diferentes, pois não são comparáveis, mas com regras do jogo tão diferentes,... A banca é tão especial que qualquer dia podemos usar bancos como referência do menor risco - tipo bilhete do tesouro, na avaliação de risco que deve ser efectuada aquando da escolhas para investimento (perdoem-me o exagero e imprecisão...)

A banca é importante pois é fonte de financiamento para as empresas, os projectos, a habitação, mas, nem todos podemos ter um banco...

Vitória antes ou depois da batalha

Nós, bons portugueses, temos uma habilidade especial para conseguir, com alguma frequência dispensar questões como planeamento, da análise de capacidade e decisão baseada em factos e passamos directos à acção...
Entendo que partir para uma "batalha" desta forma "atalhada" é procurar a falha (em 90% dos casos já com os nossos descontos devido à habilidade "desenrasca").
Deixo aqui uma citação de Sun-Tzu que me parece ir ao encontro desta ideia:

"... o estrategista vitorioso só procura a batalha depois da vitória ter sido assegurada, enquanto que aquele que vai ser derrotado combate primeiro e procura depois a vitória"- Sun-Tzu " A Arte da Guerra - Disposições Tácticas

09/11/08

Requisitos explícitos e implícitos - a antecipação de necessidades

Quando vamos a uma loja de roupa, claramente queremos comprar roupa, no entanto esperamos que o atendimento seja agradável e rápido, todavia não o enunciamos!
Podemos ir mais longe e anteciparmos necessidades que não sejam tão evidentes e oferecer algo que fidelize os clientes.

"Há 3 tipos de empresas: empresas que tentam levar os seus clientes onde eles não querem ir; empresas que ouvem os seus clientes e depois respondem às suas necessidades; e empresas que levam os seus clientes aonde eles ainda não sabem que querem ir."- Gary Hamel

08/11/08

As ideias meu amigo

A força de uma ideia, na altura certa não pode ser menosprezada.


"Pode-se resistir a uma invasão de exércitos, mas não a uma ideia cujo seu tempo chegou" - Victor Hugo

05/11/08

Presidenciais nos EUA

Barack Obama é o novo presidente dos EUA.

Foi sem dúvida o candidato conotado com uma visão de esperança e mudança.
Foi sem dúvida um sinal de ruptura com a anterior política de Bush que, de alguma forma, foi associada à candidatura do republicano John McCain.
Foi sem dúvida um ponto histórico, com a eleição do primeiro presidente afro-americano dos EUA.

Agora vamos ver como passará dos valores apresentados, da visão, para a aplicação e operacionalização das suas estratégias.

O novo presidente tem à sua frente muito trabalho e a necessidade de apresentar resultados com celeridade. O estado de graça, de que naturalmente gozará, será de curta duração sem a injecção de reforços (resultados) positivos.

Os EUA precisam de inverter a curva descendente da sua economia e nós europeus (e resto do mundo) ansiamos pela sua recuperação, pois necessariamente dependemos desta para termos a nossa!

A novela do BPN

Ainda sobre o BPN e a sua nacionalização. Esperemos que esta nacionalização, não "branqueie" a responsabilidade de quem colocou a instituição na situação actual. Quem jogou e autorizou as designadas "operações clandestinas". Os gestores não devem servir somente para receber prémios mediante resultados obtidos (ou por vezes mesmos sem resultados) e para rodar entre instituições. Devem ser responsabilizados, pelas suas acções directas e pelas acções daqueles que estão sob a sua autoridade, não só quando tudo corre bem mas também quando corre mal!

Já agora, como será tratada a responsabilização de quem deve supervisionar ? Da instituição cuja função é assegurar o "jogo limpo" no sector financeiro, ou seja do Banco de Portugal?

Deixo uma definição de responsabilidade, que acho sublime:

"um fardo descartável e facilmente transferido para os ombros de Deus, do Destino, da Sina, da Sorte, ou do nosso vizinho. Nos tempos da astrologia, era comum descarregá-lo para cima de uma estrela "-Ambrose Bierce

Apreciei sobremaneira o artigo de opinião no Jornal de Negócios.

03/11/08

Supervisão do nosso sistema financeiro precisa-se?

O caso do BPN, volta a revelar que a detecção de irregularidades nas práticas das nossas instituições financeiras, tardam a ser detectadas. Se forem confirmadas as declarações de Miguel Cadilhe, então é sinal que o sistema de supervisão gerido pelo Banco de Portugal deverá ser reanalisado e reavaliado. Não poderemos estar dependentes das "auto-denúncias" das Instituições Financeiras supervisionadas!

Um pressuposto para o bom funcionamento dos mercados, assenta na confiança no nosso sistema financeiro que, por sua vez, deverá ser assegurada por supervisão eficaz que não permita, em tempo útil, condutas menos correctas dos "operadores".
Neste momento estamos a atravessar uma crise que, entre várias consequências (maioritariamente nefastas), expõe pontos que, possivelmente numa situação de mercado mais favorável, poderiam ficar "menos evidentes".

O abuso de autoridade dos governos


Encontrei uma frase que, por vezes, tem uma aplicabilidade extrema, outras vezes nem por isso.

"Dá-se geralmente o nome de abuso de autoridade a todos os actos praticados por um governo do qual não fazemos parte" - Pierre Verón

02/11/08

A primeira "baixa" nas Instituições Financeiras Nacionais


Ainda há poucos dias falava com uns bloguers amigos sobre a possibilidade do BPN ser a primeira baixa nas instituições financeiras nacionais. Aliás, também não era necessária grande perspicácia para por esta hipótese pois os sinais de que as coisas não estavam bem eram bem visíveis.

O Banco Português de Negócios (BPN), após vários rumores sobre a sua situação precária, depois da entrada do prestigiado Miguel Cadilhe para administrador, depois da injecção de capital pela Caixa Geral de Depósitos e pelo Banco de Portugal (mais de 200 milhões de euros) continua com graves problemas, entre os quais a necessidade de liquidez, que deixavam más perspectivas quanto ao seu posicionamento e sustentabilidade no mercado. Assim, o Estado Português decidiu avançar para a proposta de nacionalização da instituição.

Será uma forma de tranquilizar os depositantes e talvez o cumprimento da promessa de assegurar os depósitos como afirmado e reafirmado várias vezes?

Será este o procedimento que evita a utilização do "seguro" de 25.000 Euro por depositante cujo aumento foi anunciado recentemente?

01/11/08

Pilotar a Empresa

É importante sabermos onde estamos para definirmos metas para os nossos objectivos. A análise do histórico é relevante, no entanto, o investimento nas estimativas de comportamentos futuros (não vamos adivinhar o futuro) será ainda mais relevante.


Um raciocínio para ilustrar o enunciado.


Quando conduzimos, não devemos estar permanentemente a olhar para o retrovisor, mas sim para a frente, visualizando o percurso que iremos percorrer e os eventuais obstáculos a ultrapassar. Aliás, à noite ligamos as luzes para iluminar o caminho. Quando podemos, ligamos os máximos para ver mais adiante. Com mais visibilidade podemos avançar com mais segurança e eventualmente mais velocidade.

31/10/08

A mentalidade do coitadinho

Para aqueles que, com frequência, se deixam dominar pela mentalidade do coitadinho, deixo uma frase que me parece muito interessante (não é karma mas anda lá perto)!!!



"Chorar sobre as desgraças passadas é a maneira mais segura de atrair outras"
-William Shakespeare

30/10/08

IVA e as PME´s

O dinheiro do IVA, não é das empresas, é do Estado.
O problema coloca-se quando as empresas, por terem facturado mas ainda não terem concretizado a cobrança têm de suportar o IVA que também não "receberam"...

A questão do pagamento do IVA ao ser facturado um valor, independentemente de haver cobrança ao cliente tem sido, e vai ser, um problema para as PME's.

Na minha perspectiva, a forma mais adequada de ser cobrado o IVA às empresas, seria mediante a boa cobrança e com a emissão de recibo.

As empresas têm dificuldade em cobrar aos clientes os valores facturados, principalmente neste momento de menor "fervor económico". Com esta situação, ficam com graves limitações, a nível da liquidez que necessitam para o seu negócio.

Sugestões, Soluções e Reclamações aceitam-se.

Rumo

Não explorando o significado de Visão, Missão, Política da Empresa indico que no final o que se pretende é ter uma orientação clara, sabermos quem somos, onde queremos estar e como pretendemos lá chegar. Tudo em coerência.

Deixo uma frase que me parece muito adequada para esta busca por um rumo e alinhamento:

“...Não há bom vento para um barco que desconhece o rumo”
Séneca

Aumento no salário mínimo, rua com os trabalhadores?

Há notícias mesmo interessantes.

"A Associação de Pequenas e Médias Empresas anunciou que não serão renovados contratos a prazo se o primeiro-ministro insistir no aumento do salário mínimo." in rtp1.

"A associação não se vai manifestar, mas vai determinar junto dos associados que não renovem os contratos. O que significa que o primeiro-ministro vai ter um aumento do desemprego", disse Augusto Morais, dirigente da Associação Nacional de PME's - AEPME in Jornal de Notícias.

Concordo. Vamos embora com esta orientação. Sem dúvida! As empresas, "PME's", precisam que esta associação se imiscua na sua política de recursos humanos. Não renovem os contratos a prazo com os trabalhadores. Assim vamos vencer esta luta perdida à partida.

Um pequeno raciocínio:

Uma empresa quando despede ou não renova um contrato de trabalho é porque não precisa desse trabalhador, ou porque este não corresponde ao requisitos ou porque não tem condições para manter o posto de trabalho.

Não esquecer que, por princípio, uma empresa quando contrata alguém, supostamente, é por que precisa do seu trabalho e não por ser uma entidade de solidariedade social que quer ajudar um desconhecido pagando um ordenado (pequeno ou grande).

Assim, deixem as empresas, que de certeza sabem fazer contas, decidir o que fazer com o seu activo mais importante, e não o usem como arma de arremesso, por mais razões que a associação ache que tem relativamente ao ordenado mínimo.

Olhem para a questão do pagamento do IVA, que de certeza é mais importante, e que possivelmente causa mais estragos às PME's. Pagar sem receber,... É preciso muito jogo de cintura para uma empresa aguentar esta situação, ou então uma política de cobranças muito eficaz...

29/10/08

Focalização no Cliente (externo)

A Focalização no Cliente é o primeiro dos 8 princípios da Gestão da Qualidade (ISO/TC176) em que " as organizações dependem dos seus clientes e, consequentemente, convém que compreendam as suas necessidades, actuais e futuras, satisfaçam os seus requisitos e se esforcem para exceder as suas expectativas"

Olhando somente à perspectiva do cliente externo (pois temos ainda o interno), clarifico:
- um cliente insatisfeito, provavelmente não volta e contamina com a sua insatisfação outros possíveis clientes;
- um cliente satisfeito, provavelmente volta, mas poderá recorrer a outra organização (afinal estamos somente a cumprir com aquilo que o cliente pagou e espera receber);
- um cliente "encantado" será um cliente conquistado, que certamente continuará a utilizar os nossos produtos/serviços (daí a necessidade de excedermos as suas expectativas).

Uma frase que pode ajudar a perceber a importância da focalização no cliente (neste caso externo) para aqueles elementos numa organização cujo único argumento válido é o dinheiro:

"Não é o empregador quem paga os salários, mas o cliente" - Henry Ford

Insucesso e agora?

Não correu como estava previsto! E agora?


NÃO ME PARECE!






Antes de qualquer coisa, tentar perceber o que se passou.
Encarar a situação como uma experiência, uma oportunidade de Melhorar.
Analisar as causas do fracasso. Onde é que falhámos? Porquê?

Identificar as causas não chega!

Quais as acções a tomar, para corrigir e para evitar a recorrência do erro?

Depois agir em conformidade.

Uma frase que vai ao encontro deste raciocínio:

"O falhado é um homem que errou mas não é capaz de converter o seu erro em experiência" - Elbert Hubbard

Diagnósticos Internos e Externos

No Capítulo III- Atacar Através de Estratagemas, no livro Arte da Guerra de Sun Tzu, há uma passagem muito interessante (como muitas outras):" ...se conheces o inimigo e te conheces a ti próprio, não tens que temer o desenlace de cem batalhas. Se te conheces a ti próprio mas não conheces o inimigo, por cada vitória ganha sofrerás uma derrota. Se não conheces o inimigo nem a ti próprio, sucumbirás em todas as batalhas"

O entendimento deste extracto de texto leva, numa aplicação à gestão de empresas, a pensar em:
Diagnóstico Externo (PEST, perfis estratégicos do sector, a estrutura competitiva do sector)
Diagnóstico Interno da Empresa, análise de capacidade...
A SWOT cruzando as oportunidades e ameaças da análise externa com os pontos fortes e fracos da análise interna, para formularmos estratégias adequadas.

27/10/08

Planear

Ao ler a Arte da Guerra de Sun Tzu, duas passagens de texto (entre muitas outras) chamaram-me a atenção:
No Capítulo I - Estabelecer Planos "O general que vence uma batalha faz muitos cálculos no seu templo antes da batalha ser travada. O general que perde uma batalha faz poucos cálculos antecipadamente. Assim, muitos cálculos conduzem à vitória e poucos à derrota; e o que acontecerá se não fizerem nenhuns!"

Mais adiante no Capítulo II - Condução da Guerra temos "...embora tenhamos ouvido de falar de pressa estúpida da guerra, a inteligência nunca foi vista associada a grandes demoras"

Um planeamento cuidado, equacionando as hipóteses relevantes, baseado em dados factuais, focalizado em objectivos claros, é, inquestionavelmente, indispensável para o sucesso de qualquer organização. No entanto, o planeamento deverá ser o mais lesto possível, de modo a que quando terminarmos esta etapa, as condições sejam ainda "as mesmas", e que os objectivos e estratégias delineadas continuem adequadas.

Assim o acto de planear deverá ser algo que está bem definido, sistematizado, permitindo que a sua utilização seja lesta e não um impedimento para a concretização. A estruturação do planeamento que responde a esta necessidade de rapidez, permitirá também os ajustes no planeamento ou "re-planeamento" que, com a velocidade a que os cenários de mercado mudam, se torna cada vez mais preemente (Gestão Estratégica ao invés do Planeamento Estratégico puro)

26/10/08

Sistemas de Gestão da Qualidade

Uma organização que se propõe a uma gestão direccionada para a Qualidade terá de interiorizar que a sua trajectória deve ser constantemente reavaliada. Necessita de pôr em marcha actividades que visam estabelecer e manter uma metodologia de funcionamento na qual as pessoas, trabalhando em equipa, consigam um desempenho eficaz na concretização dos objectivos e missão da organização.

O valor acrescentado da gestão da qualidade reside no seu potenciar da aptidão para atingir a satisfação dos clientes e os objectivos definidos pela gestão de topo, tendo em conta todas a "partes interessadas" (stakeholders). É necessário estar consciente de que não basta existir internamente a convicção de que se produz com qualidade, é também necessário evidenciar essa realidade.

A tomada de decisão de optar pela gestão da qualidade (certificada ou não), conduz, de facto, a ganhos na organização muito para além dos financeiros. Essa decisão implica, na maioria dos casos, também a aceitação da utilização um referencial normativo que estabelece as "regras do jogo" e permite a certificação.

Um referencial universal "incontornável" para a um grande número de empresas é a norma ISO 9001:2000 - Sistemas de Gestão da Qualidade.
A implementação de sistemas baseados neste referencial, além de aumentar a satisfação e a confiança dos clientes, leva à redução de custos internos, ao aumento da produtividade, à melhoria da imagem e dos processos de uma forma contínua, possibilitando ainda o acesso a novos mercados.

A certificação permite o reconhecimento do sucesso na implementação do referencial normativo na organização, por uma entidade certificadora, acreditada para esse efeito.

Gestão da Qualidade

A consciencialização para a Qualidade e o reconhecimento da sua importância, tornou a implementação de sistemas de gestão da Qualidade uma opção cada vez mais importante e talvez incontornável para as empresas, independentemente da sua dimensão.

A gestão da qualidade deve ser encarada como uma vantagem competitiva (ou necessidade) para as organizações que optam pela sua implementação.

A gestão da qualidade não deve de ser vista unicamente como "documentação" de sistemas, mas como uma forma de sistematizar, para melhor gerir a organização, tendo em conta uma abordagem por processos e a busca pela melhoria contínua.

O ciclo PDCA, conhecido também como ciclo de Deming, foi introduzido no Japão após a 2ª guerra mundial, por Deming. O ciclo de Deming tem por princípio clarificar e agilizar os processos envolvidos na execução da gestão da qualidade, com uma abordagem que assenta em quatro passos a aplicar em todos os processos de uma organização.

Os passos são os seguintes:

*Plan (Planear) - estabelecer missão, visão, objectivos, metas, indicadores, procedimentos e processos necessários e/ou desejados.
*Do (Executar) - realizar/executar as actividades.
*Check (Verificar) - monitorizar e avaliar periodicamente os resultados confrontando-os com o planeado e verificando também da própria adequação do planeamento existente.
*Act (Actuar) - Agir de acordo com a avaliação dos resultados da verificação visando a melhoria da qualidade, e da eficiência e eficácia associadas


















23/10/08

Parques Empresariais

Situação interessante num mundo virtual: Temos uma empresa (sem ser de hotelaria, ou restauração), ideias inovadoras, operacionalização das estratégias clarificada, e temos de escolher um local para as instalações.


A ideia de localizarmos a empresa num parque empresarial é interessante, se tivermos como base os seguintes pressupostos:
- Espaço preparado de raiz para receber empresas;
- Associamos a empresa a um pólo inovador de empresas (negócio chama negócio, ás vezes...)
- Estruturas de apoio;
- Acessos;
- Possibilidade de existirem empresas no mesmo parque que sejam complementares ou que pelo menos nos obriguem a dinamizar e evoluir.

No entanto, parques empresariais, no Algarve, mais concretamente em Faro...

Depois temos parques noutras localizações do Algarve em que, há uma oficina de carros e está prevista a construção de um canil municipal. Bom, não desfazendo da importância que estas estruturas têm, não me parece que seja este o caminho para tornar atractivo um parque de empresas, numa altura em que a qualidade e inovação são bandeiras.

E o preço pelo metro quadrado se não quisermos colocar a empresa no fim do mundo? Podemos ser competitivos assim?

Não generalizo esta apreciação a todos os parques empresariais no Algarve, mas afirmo, estamos muitos furos abaixo do necessário.

Vamos fazer um parque empresarial? Não! Vamos antes lançar mais um resort!

19/10/08

Comentário a alguns pontos no orçamento do estado proposto para 2009

Imposto por conta
300 mil sociedades com matéria colectável abaixo de 12.500 euros
Apenas 67 mil as que ultrapassam este limite
300 mil sociedades em Portugal seriam seriam "elegíveis" para pagar 50% do IRC. No entanto cerca de 200 mil têm matéria colectável nula, (zero de imposto). As empresas (100 mil) que efectivamente irão usufruir da redução de imposto terão uma poupança média de 750 euros podendo atingir um máximo de 1.500 euros.

Uma coisa é certa, não se pode favorecer em termos fiscais (IRC), uma empresa sem lucro a tributar. E parece que são muitas PME nessa situação.


Dívidas à SS
A partir de 2009, as empresas devedoras poderão fazer amortizações no montante que entenderem, sem qualquer limite mínimo.

Regime Simplificado
A partir do próximo ano, as empresas não poderão optar pelo regime simplificado de IRC. Esse regime tem criado dificuldades de interpretação, originando pedidos de indemnização por parte de empresas lesadas aos seus técnicos de contas, sendo o fim do regime simplificado aplicado ao IRC uma reivindicação antiga das empresas e da câmara dos Técnicos Oficiais de Contas (TOC).


Notas finais
Talvez as iniciativas do governo, que tiveram e têm aplicação nas PME, por exemplo o programa INOV-JOVEM que permitiu a contratação de jovens quadros superiores em condições interessantes, o SIMPLEX, a revisão do Código do Trabalho e a reforma do Estado (apesar de interminável), tenham sido as medidas mais importantes no apoio às empresas e ao funcionamento do mercado.

15/10/08

Proposta do Orçamento do Estado de 2009 disponível na DGO


Apenas uma actualização do artigo anterior.

Está, desde hoje, disponível para consulta/download a Proposta de Orçamento do Estado de 2009 na Direcção-Geral do Orçamento. Carregue na imagem para aceder ao site da DGO, para consulta do documento.

14/10/08

Orçamento do Estado de 2009 em resposta à crise

"Portugal não está imune à situação que se vive nestas economias, e o orçamento que foi elaborado tem em conta esta realidade e o que isso representa para a economia portuguesa", precisou o governante” (Teixeira dos Santos, in Diário Económico)

(O OE2009 deverá estar disponível brevemente na Direcção Geral do Orçamento - por enquanto só temos as edições dos anos anteriores)

13/10/08

As medidas para superar a crise são complexas como as dificuldades a vencer.

I - Internacionais

Entre outras medidas o Banco Central Europeu (BCE), Reserva Federal, Banco de Inglaterra, Banco Central da Suíça, Banco do Canadá e Banco da Suécia, numa acção concertada, baixaram as suas taxas de juro de referência em 0,5 pontos percentuais para dar uma "folga", aumentando a liquidez e aliviando os mercados financeiros.


Os Estados Unidos "nacionalizam" Instituições Financeiras, tornando-se accionistas e asseguram a sua sobrevivência. Quem diria que os EUA, vistos por muitos como o expoente máximo do capitalismo, do mercado a trabalhar, teria uma "mão invisível" de Adam Smith tão opaca.


II - Nacionais

O estado português, tem vindo a tomar decisões e medidas para responder a uma crise financeira global que começa agora a reflectir-se na nossa economia real:

Segurança dos depósitos bancários
"o Estado cumprirá o seu dever, garantindo a segurança dos depósitos bancários dos portugueses".

Medidas Específicas para as Pequenas e Médias Empresas (PME)
- redução do IRC
- reforço da linha de crédito PME - Invest II destinada às PME.

Manter as grandes obras públicas
-Novo aeroporto na região de Lisboa
-Linha de comboios de alta velocidade
-Auto-estrada para Bragança.

Medidas de apoio às famílias
-Alargamento da 13.ª prestação do abono de família a todos os beneficiários.

Governo "Garante" bancos no financiamento
-O Governo vai ser "fiador" de garantias até 20 mil milhões de euros nas operações de financiamento dos bancos em Portugal, facilitando assim o acesso à tão necessária liquidez.


NOTAS

Um país sem sector financeiro forte e dinâmico não pode aspirar a desenvolvimento económico, pois este depende, em grande medida, da capacidade das empresas conseguirem obter financiamento, para os seus projectos e actividades, junto das instituições financeiras.

Interessante como opções tomadas por instituições que sabem o que é risco e rendibilidade, que tiveram lucros consecutivos ao longo de anos, levam a um cenário de crise internacional.

Quando há lucro, este fica para a instituição e para os accionistas.

Quando há perdas pagamos todos nós um preço bem elevado, que ainda tem de se apurar:

1. Pagam os cidadãos comuns - clientes das instituições - com a subida da taxa Euribor e com a insegurança que vivem relativamente às suas poupanças e investimentos
2. Pagam as empresas com a dificuldade em obter financiamento e pela retracção no consumo resultante da crise.
3. Paga o Estado com a tomada de medidas extraordinárias para minimizar os efeitos da crise e tentar impulsionar uma viragem para o sentido positivo.

Assim, embora concorde que as medidas a tomar são as que têm que ser tomadas, não concebo que não hajam responsáveis e responsabilidades, que não hajam consequências que não seja a própria crise e os seus resultados.

Felizmente, até agora, as nossas instituições financeiras têm conseguido passar por esta crise "sem baixas". Seria realmente um sinal positivo saber que tiveram maior prudência na sua actuação que as suas congéneres estrangeiras de maior dimensão.