13/10/08

As medidas para superar a crise são complexas como as dificuldades a vencer.

I - Internacionais

Entre outras medidas o Banco Central Europeu (BCE), Reserva Federal, Banco de Inglaterra, Banco Central da Suíça, Banco do Canadá e Banco da Suécia, numa acção concertada, baixaram as suas taxas de juro de referência em 0,5 pontos percentuais para dar uma "folga", aumentando a liquidez e aliviando os mercados financeiros.


Os Estados Unidos "nacionalizam" Instituições Financeiras, tornando-se accionistas e asseguram a sua sobrevivência. Quem diria que os EUA, vistos por muitos como o expoente máximo do capitalismo, do mercado a trabalhar, teria uma "mão invisível" de Adam Smith tão opaca.


II - Nacionais

O estado português, tem vindo a tomar decisões e medidas para responder a uma crise financeira global que começa agora a reflectir-se na nossa economia real:

Segurança dos depósitos bancários
"o Estado cumprirá o seu dever, garantindo a segurança dos depósitos bancários dos portugueses".

Medidas Específicas para as Pequenas e Médias Empresas (PME)
- redução do IRC
- reforço da linha de crédito PME - Invest II destinada às PME.

Manter as grandes obras públicas
-Novo aeroporto na região de Lisboa
-Linha de comboios de alta velocidade
-Auto-estrada para Bragança.

Medidas de apoio às famílias
-Alargamento da 13.ª prestação do abono de família a todos os beneficiários.

Governo "Garante" bancos no financiamento
-O Governo vai ser "fiador" de garantias até 20 mil milhões de euros nas operações de financiamento dos bancos em Portugal, facilitando assim o acesso à tão necessária liquidez.


NOTAS

Um país sem sector financeiro forte e dinâmico não pode aspirar a desenvolvimento económico, pois este depende, em grande medida, da capacidade das empresas conseguirem obter financiamento, para os seus projectos e actividades, junto das instituições financeiras.

Interessante como opções tomadas por instituições que sabem o que é risco e rendibilidade, que tiveram lucros consecutivos ao longo de anos, levam a um cenário de crise internacional.

Quando há lucro, este fica para a instituição e para os accionistas.

Quando há perdas pagamos todos nós um preço bem elevado, que ainda tem de se apurar:

1. Pagam os cidadãos comuns - clientes das instituições - com a subida da taxa Euribor e com a insegurança que vivem relativamente às suas poupanças e investimentos
2. Pagam as empresas com a dificuldade em obter financiamento e pela retracção no consumo resultante da crise.
3. Paga o Estado com a tomada de medidas extraordinárias para minimizar os efeitos da crise e tentar impulsionar uma viragem para o sentido positivo.

Assim, embora concorde que as medidas a tomar são as que têm que ser tomadas, não concebo que não hajam responsáveis e responsabilidades, que não hajam consequências que não seja a própria crise e os seus resultados.

Felizmente, até agora, as nossas instituições financeiras têm conseguido passar por esta crise "sem baixas". Seria realmente um sinal positivo saber que tiveram maior prudência na sua actuação que as suas congéneres estrangeiras de maior dimensão.

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